Ele terá reunião na próxima semana com um especialista israelense que garante: o Nordeste tem condição de cultivar salmão em águas com temperatura de até 11 graus. A tecnologia existe.
Todo o salmão consumido no Brasil é, praticamente, 100% importado do Chile, que o cultiva em cativeiro dentro do mar, em águas cuja temperatura é, em média, de 10 graus centígrados. Mas essa importação poderá ter fim.
Esta coluna informa que o cearense Cristiano Maia, maior criador de camarão do país, analisa a possibilidade de investir – e põe investimento nisso – em um projeto de criação de salmão em sua fazenda Potiporã, no vizinho Rio Grande do Norte, a qual, por enquanto, segue sendo apenas a maior unidade industrial brasileira de carcinicultura.
“Estamos estudando com calma, analisando as virtudes e os riscos desse empreendimento”, conta o empresário, que na próxima semana receberá a visita de um técnico israelense, especialista no cultivo de salmão e forte candidato a parceiro do projeto.
O projeto de criação de salmão em cativeiro na Fazenda Potiporã é viável sob todos os pontos de vista técnicos e biológicos, assegura o técnico israelense ao empresário Cristiano Maia.
Todo o espelho d’água da fazenda Potiporã – com cerca de 1.500 hectares de área – é de água salobra.
“Produzir salmão no Nordeste brasileiro, em águas com temperatura entre 11 e 17 graus não será problema, pois já existe tecnologia disponível para isso. A questão são os riscos, e disso trataremos na nossa reunião da próxima semana com o especialista”, explica ele, cujo grupo de empresas, com a marca Samaria, atua também na agricultura e na pecuária, na construção pesada e na criação de cavalos de alta linhagem (a Samaria tem um haras em São Paulo).
Cristiano Maia explica à coluna que o ciclo de produção de salmão é longo – de 22 meses, quando o peixe alcança o peso de 3,5 quilos. O projeto piloto da Potiporã para a criação de salmão prevê a produção de 500 toneladas/ano por ciclo.
O custo de sua implantação é alto — R$ 25 milhões. A esse custo deve ser acrescentado o ciclo de 22 meses que começa a a contar desde o povoamento dos tanques com os alevinos até a despesca do salmão. “Digamos que, para as condições de que dispomos na Potiporã, num ambienta caracterizadamente nordestinos, esse projeto será um risco e, também, uma aventura. É por isto que nossa disposição é de estudar, em detalhes, cada passo do empreendimento. Poderemos estar diante de uma grande oportunidade de investimento, ou não. Eu e os especialistas da Potiporã nos reuniremos com o técnico de Israel e juntos analisaremos e decidiremos o que fazer”, diz Cristiano Maia. A coluna perguntou: quais são as chances de dar certo? Resposta dele:
“As mesmas de não dar certo”.
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