O varejo brasileiro já se prepara para a 18ª Semana do Pescado. Realizado em todo o Brasil, o evento é considerado a “Segunda Quaresma” por estimular o consumo e registrar um aumento de mais de 30% nas movimentações do setor. A edição 2021 está marcada para o período de 1º a 15 de setembro e terá foco total na ampliação do consumo do pescado pelos brasileiros.
Membro do comitê de coordenação da campanha, Pedro Pereira, conta que os benefícios para o varejo vão além dos 15 dias de evento. Nas edições anteriores a Semana do Pescado funcionou como um estímulo à mudança de hábito dos consumidores, fazendo com que a busca pelo pescado continuasse pelos meses seguintes. “Os níveis de consumo não retornam nos patamares anteriores. É como se a gente tivesse subido um nível, como se fosse um começo para o setor se preparar para os períodos sazonais”.
Historicamente, o produto figura com aumento de procura em datas como Natal e Páscoa, no entanto, desde a pandemia os hábitos de consumo têm mudado. Segundo a pesquisa Ipsos, 68% dos brasileiros informou ter diminuído o consumo de carne vermelha em função da queda do poder aquisitivo no período e, tem substituído a proteína pelo pescado, na busca por opções mais saudáveis. “Essa atual situação tende a somar ainda mais, o que nos gera uma expectativa que a Semana do Pescado 2021 poderá trazer resultados ainda mais expressivos que os registrados em anos anteriores”, acrescenta Pedro.
Varejo está otimista para a 18ª Semana do Pescado
Para o setor de bares e restaurantes, o evento somará de forma significativa para as ações de reabertura que ocorrem em todo o Brasil, diante da flexibilização dos novos protocolos contra a pandemia. Pesquisas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontam que o segmento já se sente otimista e pretende contratar funcionários nos próximos meses. “Acreditamos que a iniciativa virá em um momento propício para ajudar a movimentar ainda mais o mercado, a trazer de volta essa confiança dos clientes. Irá chamar os clientes de volta e, claro, aumentar as vendas”, afirma o diretor de conteúdo da Abrasel, José Eduardo Camargo.
Por se certificar da importância da Semana do Pescado, a Abrasel estimula o maior número de bares e restaurantes a participarem do evento, seja através da oferta de pratos especiais, preços diferenciados, entre outros. “Queremos fazer essa comunicação não apenas com nossos associados, mas com estabelecimentos de todo o Brasil para ajudar no engajamento deles e para que possam ampliar a comunicação aos seus clientes”, acrescenta.
As boas expectativas do evento se estendem ao setor supermercadista. Com mais de 20 anos de experiência no consumo de pescado, Meg Felippe é responsável pela direção de pescado da rede Carrefour e possui experiência histórica com a Semana do Pescado, registrando um crescimento que chega a 30% nas vendas. “No ano passado, mesmo sendo uma campanha mais modesta em razão da pandemia, chegamos a 19% nas vendas e 8% no volume. Ganhamos ticket médio e share”. Para este ano, o desejo é de uma ativação 360º para estimular ainda mais o consumo.
Ela acredita que, do ponto de vista do varejo, ter esse período com foco numa identidade visual, faz o cliente perceber que se trata de um festival, com produtos diferenciados, de qualidade e por preços mais atrativos. “Quando é junho, as pessoas sabem que o comércio está vivendo a festa junina, há todo um clima. E o brasileiro é sensível a preço. Mesmo pessoas com maior poder aquisitivo são movidas por promoção”, reforça.
Meg comenta a importância deste olhar sobre o momento de compra que muda com muita constância. “Estamos levando mais saúde para a mesa das pessoas, estamos buscando fortalecer uma cadeia de alimento realmente saudável. Isso sensibiliza muito, porque você está à frente da comercialização de algo realmente relevante”, pondera.
Especialista dá dicas para que pequenos comércios passem a vender pescado
O aumento da procura por pescado, registrado desde o início da pandemia têm estimulado pequenos e médios comerciantes a buscar estratégias de comercialização do produto. Para auxiliar esses profissionais, Pedro Pereira, especialista na área, dá algumas dicas:
1 - Escolha peixes congelados e de fornecedores idôneos. “Já foi o tempo em que o consumidor insistia em apenas consumir o peixe fresco. Não adianta insistir em colocar em uma estrutura de pequeno e médio varejo uma peixaria fresca”;
2 – Tenha atenção às fraudes de peso líquido compensado. Fornecedores não idôneos podem adicionar água ao pescado durante o congelamento sem descontar o peso líquido drenado. “Chamado de glaciamento, colocar o líquido é uma prática comum de forma de proteção do peixe congelado, porém ele precisa descontar o peso líquido drenado”;
3 – Comece com a oferta de poucos pescados e dê total atenção à qualidade das espécies selecionadas. “Se colocar muito tipo de peixe diferente pode confundir o consumidor e provocar um giro menor”;
4- Ofereça pequenas porções, pois nos pequenos e médios varejos o cliente já está acostumado a realizar compras em menores quantidades;
5 – Procure cortes práticos como filés e postas;
6 – Selecione as espécies mais conhecidas de peixe da sua região. Opte pelo regionalismo, pois garantirá mais giro entre os consumidores;
7 - Muita atenção ao armazenamento e resfriamento correto. “Escolha um freezer que tenha um excelente frio alimentar, pois o peixe é muito sensível, ele queima com facilidade, pode ficar escuro”.
8 – Divulgue a novidade. Coloque cartazes, informe seu cliente para que ele saiba que você passou a vender o pescado no local;
9 – Compartilhe dicas e formas de preparar a espécie do pescado que é vendido no local. Conte com os materiais de divulgação oferecidos pelos fornecedores, como folhetos com receitas, ingredientes que podem acompanhar os pratos, entre outros;
10 – Fique atento ao preço. Observe os valores da concorrência e mantenha a sua precificação na média do mercado.
É uma campanha que tem como objetivo incentivar o consumo de pescado em todo o Brasil. Ocorre anualmente na primeira quinzena de setembro e possui como foco ações promocionais e eventos gastronômicos. A edição de 2021 tem como patrocinadores, além de empresas do setor, as seguintes entidades: Alaska Seafood Institute, Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (ABIPESCA), Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (ABRAPES), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Coletivo Nacional da Pesca e Aquicultura (CONEPE), Conselho Norueguês de Pesca, Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (SAPERJ), Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca no Estado do Ceará (SINDFRIO), Sindicato das Indústrias de Pesca dos Estados do Pará e Amapá (SINDIPESCA), Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (SINDIPI) e Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo (SIPESP). A Semana do Pescado conta com o apoio do Ministério da Agricultura, com destaque para a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP/MAPA), do SEBRAE e da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL).
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