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Equipamento permite automação a preços mais acessível na piscicultura

A Embrapa e o Insper desenvolvem dispositivo que beneficiará pequenos produtores


- Foto: Divulgação | Embrapa


Profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com alunos do Insper, construíram um medidor multiparâmetros – capaz de detectar o nível de oxigênio na água, a temperatura e os níveis de PH - para viabilizar a automação das pisciculturas a preços mais acessíveis aos produtores, já que no varejo esses sensores custam, em média, R$ 4 mil. No entanto, não há previsão de data de lançamento ou do preço final do produto, que ainda está sendo testado.


Ariovaldo Luchiari, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, conta que o projeto surgiu do desejo de levar a automação aos piscicultores de médio e pequeno porte. “O piscicultor tradicional, que não tem muito recurso, não está acostumado a fazer essas medições. Então, a ideia é desenvolver sensores de baixo-custo para que possamos iniciar o processo da piscicultura de maneira mais racional, mais analítica”, relata.

O pesquisador ainda destaca que medir a temperatura da água, assim como os níveis de PH e de oxigênio dissolvido, é importante para controlar o crescimento adequado dos peixes e fazer com que eles permaneçam saudáveis.


“A temperatura da água é muito importante porque indica a atividade dos peixes: respiração, excreção, alimentação, movimento. Quanto mais alta é a temperatura, maior é a atividade dos peixes e maior vai ser a quantidade de oxigênio consumida. Já numa temperatura baixa o peixe para (não se move muito), ele não cresce tanto”, explica Luchiari.


Por outro lado, monitorar o oxigênio dissolvido é essencial para manter os peixes vivos, já que um índice muito abaixo do recomendado pode ser fatal. Os produtores também devem se atentar ao PH da água, que deve permanecer entre 7 e 8, já que índices muito baixos ou muito alto também são nocivos.


Inteligência artificial

Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), pontua que a automação na produção de peixes vai além da mensuração de aspectos físico-químicos da água e vai se expandir ainda mais. “Quando se fala de piscicultura, hoje temos automação em todos os segmentos, desde a indústria de ração até questões relacionadas manejo e ao processamento”, afirma.


Medeiros ainda relata que o uso da inteligência artificial para controlar geradores de energia e sistemas automáticos de alimentação, que calculam o melhor horário para dar ração aos peixes e também a quantidade ideal, já é rotineiro nos tanques escavados. Ele também destaca que existem equipamentos capazes de vacinar os peixes de maneira completamente autônoma, escaneando seus corpos e detectando precisamente onde eles devem receber a injeção.


Automatizar esses processos acaba tornando as produções mais eficientes e pode diminuir custos, uma vez que definir com precisão a quantidade exata de ração que deve ser dada aos animais evita desperdícios e padroniza seu desenvolvimento.


Além disso, André Vítor, coordenador regional da Bahia Pesca em Paulo Afonso, explica que esses dispositivos evitam que os produtores tenham que entrar em contato direto com os peixes, já que vírus e bactérias podem ser transmitidos nesse processo. “Temos que parar de colocar a mão no peixe, quanto menos a gente mexe nele, mais ele cresce”, destaca.


No entanto, ele aponta que esses equipamentos ainda não são acessíveis aos pequenos e médios produtores “A automação vem sendo usada pelos grandes produtores, até porque existe um custo a ser diluído, inicialmente, nessas produções. Ainda não é uma realidade para o pequeno e médio produtor”, relata.


Porém, o presidente da Peixe BR pontua que os produtores devem estudar a viabilidade econômica das próprias produções e se organizarem financeiramente antes de comprarem os equipamentos. Ele também aponta que é essencial procurar por um profissional capacitado que indique as máquinas ideais para cada caso.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló


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